Olho a chuva que caí mansamente sobre os telhados ressequidos pela estiagem.
Meu olhar se perde no silêncio. . .a noite está calma e sombria ...ouço as batidas do meu coração inquieto e as lágrimas se soltam dos olhos cansados a escorrer pela face descorada de um tempo que ainda não se findou ; existem rios correndo dentro de mim, são tempos de remanso, tempos de tempestade . . .que num repente abrem brechas e correm velozes e já não consigo prever o que virá, me vejo arremessada contra meus sentimentos represados.
Contemplo atônita o caos se formando e já sem forças para lutar. . .
Me deixo ficar, debruçada à janela cercada pela chuva e pela noite. . .
Pela paz das lágrimas que lavam o meu rosto e se misturam no silêncio
e nessa mistura cristalina de águas de rios escorrendo de mim
e se espalhando pelos telhados vazios. . .
Darcy Bilherbeck 07/05/18.
Guarulhos -SP.