sábado, 16 de novembro de 2013

Primavera de Deus

















Há uma primavera de Deus...
Mudaram as estações
Findaram os temporais...
Há um novo tempo!
Há frutos na amendoeira
Há trigo nos trigais.
Os olhos se despedem dos tons de cinza
E se vestem de arco íris.
O coração se liberta de magoas
E se envolve nas mansas águas do perdão.
Há vida, sonhos e plenitude
Há um novo caminho a trilhar
Há flores na estrada...
Orquídeas, gerânios e girassóis,
Tulipas,rosas e canto de pardais
Há uma primavera de Deus!
Necessário se faz sonha-la, busca-la,
colhe-la e vivê-la
Há uma primavera de Deus!

Por: Arnalda Rabelo

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

*** Saudades ***


































Saudades!
que chega devagarinho
como um suspiro doido
vai se instalando, como não querendo.
O coração rejeita, sufoca mas ela insiste se alastra tomando cada dia,
 espaços até então ocupados pela alegria.
Saudades! 
é a solidão que incomoda
é os espaços vazios é o som é a voz que se calou nas paredes escuras.
Saudades!
do riso fácil , dos abraços
que ficaram só na lembrança.
Saudades!
é a procura constante é a dor que se arrasta, como o vento gelado das ruas agora nuas e sem cor.
saudades!
hoje é espaços em branco é o coração apertado olhando as ruas vazia dos teus passos, olhando o passar das horas o contar do tempo é o tremor das mãos, a lagrima teimosa que escorre pela face.
Saudades!
é este silencio absurdo quando chega a noite.
e a agonia a dor é mais presente
e meus lábios só emitem uma palavra e um sentimento
Saudades!

São Paulo,31/08/12

Darcy Bilherbeck


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

*** Não Aprendi***






















Eu que não aprendi a esquecer
Eu e minha alma, eu e meu silencio.
Eu e meus medos, eu e minha procura.
Eu e minhas noites repletas de fantasmas
      Que povoam meus sentimentos
Eu e minhas fraquezas, pois sou a esperança,
     Que se alonga e toma formas
Adentrando meus espaços já tão limitados
Eu e minha esperança que não deixa você morrer
        Pois que ainda te espera debruçada á janela
Como o pássaro no fio, como a chuva na vidraça.
Que caí incessante e escorre sem vida
           Eu e meus sonhos ainda tão presentes
Eu e minha solidão...
Eu e minha insensatez que te recria nas noites sombrias
               Fazendo-me sentir o teu abraço a envolver o meu corpo
Fazendo-me flutuar no espaço indefinido
Eu e meu coração que bate em descompasso
                 Eu e minha impotência que não me deixa
Sair do fio e alçar voo em busca do desconhecido
Eu e o tempo do ficar e o partir! Em busca da realidade
Que eu nunca quis ver...
Darcy Bilherbeck

10/09/91

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Um Rio
















Como um rio caudaloso
Que leva em suas águas barrentas, 
Tudo o que encontra a sua frente
        Assim sou eu
 Tormenta que desconhece barreiras
Num vendaval de emoções e lutas
Ferindo, sangrando a dor dos caminhos que trilhei.
       Nesta busca...
 De solidão em solidão
De noites e dias perdendo minha alma,
Ao desencanto das madrugadas  
       Das calçadas silenciosas e sem vida
Criando fantasias... me envolvendo no teu abraço.
numa fuga constante.
Meus olhos são rios correndo
ou cascatas cristalinas, banhando minhas saudades
      E nesse torvelinho
  vou  consumindo em fragmentos
 A alma...Ah! pobre alma
 se derramando em rios que abrem caminhos
Que nunca sabem onde vão desaguar
         Assim como eu e minhas lagrimas
 Que escorrem pelos cantos escuros da memória.
Darcy Bilherbeck
28/09/99



segunda-feira, 23 de setembro de 2013

*** Um Sentimento ***














Hei!
 Levante e alce voo
        O mais alto que puderes
Vá de encontro ao sol 
 deixe que ele sare tuas feridas mais profundas.
Volte de alma lavada, que a vida te reclama para mais um dia.
         Volte e traga consigo o mais doce sorriso,
Para encantar o mundo,
Quando chegares... Encontrarás a tua espera todas as coisas que deixastes,
         pois nada muda,
Mas poderás olhar com outros olhos
 e verás que seguir em frente é possível.
Olhe!
 Sinta o cheiro da chuva que se aproxima,
 a terra molhada, a chuva caindo renovando a vida lá fora.
As folhas velhas caíram e foram levadas pelo vento, pela chuva
         Novas folhas nascerão,
 assim como a nós é dada novas oportunidades
Pare... Ouça; tem música no ar,
 deixe a serenidade tomar conta da tua alma,
 acalme o teu coração, sinta o toque de um carinho,
 de um olhar ou quem sabe um gesto
Sorria !!
 Estas viva hoje, inteira, com cicatrizes sim,
             mas quem não as tem.
Somos humanos, choramos, amamos...
            pois estamos vivos
    Ferimos-nos, ferimos e temos coragem de pedirmos perdão
 e precisamos acima de tudo aprender
      a nos perdoar para seguir em frente inteiros,
 pois metade de nós é perdão e a outra deve ser amor.
Dia virá em que iras querer o mar profundo como abrigo
 e no outro...
 O céu como um manto de estrelas  
          Que te farão sonhar outra vez...
 Saberás então, que a vida é plena de sabedoria
 e que podes,
          Ser feliz com o que se tem...

Darcy Bilherbeck
24/08/2001




quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Recordando

















Se eu pudesse calar esta dor que me rasga o peito
Colheria todas as lágrimas que banharam meu rosto
E pudesse com elas regar as flores que nascem nos campos...
Onde fiz minha morada
Acalentaria no rigor do inverno a nevoa que te levou dos meus braços
Ainda no frescor da minha juventude
Se eu pudesse... Há se eu pudesse estenderia nos céus alvas mensagens em nuvens agora a branquear o céu
Imortalizando o teu rosto no círculo da lua
E se ainda assim me houveras deixado apenas a saudades
Não acalentaria a dor da tua partida
Se eu pudesse diria ao mar... abra!!!!!!
E mostre-me o caminho que me levem outra vez
Aos teus braços e mesmo assim, sendo impossível, então me tornaria o próprio mar
 Imenso como é a minha saudade.
Darcy Bilherbeck

25/11/12.
 Através da vidraça
Como a chuva que cai escorrendo pela vidraça
E o vento que canta lá fora é como um gemido
Um esgar... Um lamento triste
Que mexe com meus sentidos, outro tempo.
E como num retrocesso te busco nas ruas vazias
Louca!... Sim louca por teus carinhos
Desesperada pelo teu abraço.
Meu corpo exangue pela chuva caminha
Buscando lavar a tua ausência e quem sabe assim trocar a roupagem em frangalhos desgastada pelo tempo.
E respirar outro ar que não seja você
Mas como! Se deixastes marcas tão profundas na minha pele na minha alma
Que a água da chuva formam sulcos imensos
Devastadores e nessa enxurrada de lembranças esqueço de mim.
Darcy Bilherbeck.
São Paulo,02/11/91.

terça-feira, 20 de agosto de 2013


































O silencio!
o farfalhar das folhas
 o perfume das flores
que desabrocham
no pulsar do vento
é a melodia a embalar palavras
na nostalgia assombreada  da tarde.

Darcy Bilherbeck
10/08/3013


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Lucidez Aparente


































Sou vento que espalha saudades adormecidas
Na esteira do tempo
Varrendo todas as folhas guardadas da memória
E revivo todos os abraços guardados
Desnudando todos os segredos
Estagnados no coração atormentado
E sendo vento, devasto os sentidos.
Ocultos nas entranhas da alma
Trago lagrimas
Como rios represados
Inundando...
 Arrasando a lucidez aparente
Quebrando as defesas
Que te fazem frágil
E já nada podes fazer...
Contra a força do vento que te arremessa
De volta ao passado
Numa fração de tempo que te consome...
Darcy Bilherbeck

21/10/79

Você em Mim

















O vento lá fora me faz lembrar você
Meu dia está vazio, da tua presença.
 Sinto no ar o teu cheiro, teu perfume
Um misto de tristeza invade meu pensamento
E me dou conta do quanto te preciso
Para poder sorrir e achar o sentido das coisas
O prazer de poder olhar os teus olhos
E mergulhar nas profundezas de tua alma
Pois me permites ir além, das aparências que nos separam.
Onde o teu olhar é a pura extensão da minha alma
Dos sentimentos inacabados...  Que sem querer
Se completa dando sentido ao meu dia
Sei que somos um  
Estamos separados pelo tempo
Pela distancia inexorável
Isso me assusta, estou só.
Com sentimentos controversos e o
 Som da tua voz continua
 Nos meus ouvidos sensíveis
 Teu riso se espalha pelo ar
Sinto tua falta
Ao sentir o vento no meu rosto
Espalhando as saudades pelo ar...

São Paulo, 14/08/11

Darcy Bilherbeck.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Ao Vento



















 


Fica comigo, mas não posso pedir ao vento
que sopre ao alcance do meu ouvido,
ou a terra que abençõe nossos longos segredos
- nem mesmo da luz querer, ouso
que se demore em meu abrigo.
Quando os dados lançados e até meu silêncio
contra toda a certeza parecem que conspiram
- e caso os dedos do mundo
em suas recurvas unhas nos firam,
releva, e fica comigo, os anjos sabem mais alto
daquilo em que insisto, do que preciso.

(Fernando Campanella)

sexta-feira, 26 de julho de 2013

O Nada que Sou






















Eu sou o mar,
Profundo, intenso, passional.
Não exija de mim prazos e datas
Sou a eternidade atemporal
Não imponha condições,
Sou absolutamente incondicional.
Não espere explicações.
Não as tenho, apenas aconteço,
Sem hora,
Vivo em cada molécula,
Às vezes ou o todo em outras sou o nada,
Você não me vê
Às vezes me sente,
Estou tanto na sua solidão
Outras vezes no teu sorriso
Sou o começo e fim
Sou o seu querer
Sou a razão consciente
Que ignoras e desconhece...
DNB

11/08/66.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Aprendendo Comigo

















Hoje sou mar calmo
Já fui tempestade
Sobrevivi à fúria das águas
Já desci ao abismo dos mares
Em busca de uma paz
Que estava dentro de mim
E não sabia...
Sofri a necessidade gritante
De um abraço
Quando tenho dois para me envolver
E não percebia
Pois eram os teus abraços
Que eu queria
Aprendi a conviver comigo
Fiz da solidão companheira
De todas as horas
Dos meus braços porto seguro
Já não tenho abismos a me envolver
Aprendi a conviver entre dois mundos
Onde me mostro e me oculto da fragilidade
Aparente que sou...
Darcy Bilherbeck  

21/07/13.

sábado, 20 de julho de 2013

Sussurros

















Sussurros
O sussurrar do vento
 Lá fora o agitar das folhas
O silencio que se propaga com a melodia ao longe
Leva meu pensamento além do tumulto
Que é meu interior neste momento
Estou cansada, com a alma exaurida de lutar.
Quem dera eu pudesse ser uma vela solta ao mar
E me deixar levar além de mim, além da dor.
Além da saudade que não me deixa respirar
Há tanto em mim de ti, que não sei onde nos dividimos.
Pois que preciso me ausentar de mim para poder deixar de
Viver em você
E assim sou um barco a deriva neste oceano imenso
Embalada pelos sons que se propagam na noite
Quando a saudade é apenas o sussurro do vento nos meus ouvidos
Tocando minha alma.

Darcy Bilherbeck

18/o7/13.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Recomeçando (Deise de Macedo)



Estamos sempre recomeçando algo para revitalizar a vida, 
assim conseguimos viver a cada dia procurando coragem 
a cada etapa, é preciso ter muita força para se levantar
a cada embate e visualizar a vida por inteiro.
Neste momento de reflexão precisamos olhar entorno de nós e prestar mais atenção em pequenos detalhes que nos cerca,
para percebermos a amplitude do que foi feito e o que ainda precisamos fazer.
As mudanças estão acontecendo a cada instante é só olhar
 para o céu para termos a certeza disto.

sábado, 13 de julho de 2013

             
                                                                                               
 O vento faz seu caminho
as palavras não me pertencem
    Ela pertencem ao vento
    eu apenas as assopro
    elas seguem seu destino
    as vezes caem e se perdem
    No abismo...
   Outra vezes encontram aconchego
   em um coração vazio...


            Vitor Matos e Sá      

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Tua Falta em Mim



             
                                   
Hoje minha alma chora só
Hoje a saudade faz morada outra vez
No meu coração
Hoje sinto uma falta danada de você
Da tua voz, do teu riso franco
Sinto saudades do teu olhar no meu olhar
Hoje minha alma se refugia desesperada
E sem voz
Meus sentimentos quem dera eu pudesse
Ordena-los e aquieta-los por um momento
Que fosse
Hoje enxugo lágrimas que teimam em cair
Silenciosas pelo meu rosto angustiado
Hoje esta dor tamanha em meu peito
É o retrato do nada que sou
Do nada que ficou há tanto tempo atrás
Mas como fazer minha alma entender
Que o tempo passou...

Darcy Bilherbeck
22/05/13                                  
                             
 
                                       

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Baila sob a luz das estrelas



Baila sob a luz das estrelas,
desata o fio de seus sapatos.
Deixa que o sol te beije de esperança e risos,
                  Faze de tua vida
Um hino ao beijar os olhos da manhã
uma harpa ao por os pés no ventre da noite,
Um rodopio de azuis, de conchas e búzios
                   Deixa que o vento brinque com teus pés
a chuva te beije até se cansar
as flores e os verdes e os caracóis
enfeitem teus cabelos de verões.
Corre atrás da vida com ternura de criança
                 E canções plenas de paz
e com risos de palhaços
                 porque tudo, todos nós
brincamos de viver de viver bem
                 sempre, sempre
                 num carrocel
                 no circo da vida.

                                               Alvina Nunes Tzovenos.

sábado, 15 de junho de 2013

As Estradas






                                 
                                     
                                  
                                         
                                         
                                              
                                         
                                    
                                        
                                      
                                           
                               
                                       
                                                 
                                               
              As estradas que sempre iam
continuam indo a despeito de mim
             que por hora estou voltando...

             Mas quando não houver,
mais estradas para quem vai,
suave será a carona dos riachos,
              que são estradas feitas de lágrimas
               de saudades dos amores viajados.
Continuarão, como os dias e as noites,
               Na direção do reino do nunca mais
E como as rosas num leito de orvalho,
É possível que eu me reencontre comigo
              Em qualquer curva do crepúsculo
para o vasto espanto das manhãs
que terei deixado para trás...
e não posso evitar que seja assim.
as estradas levando as memórias
do quanto eu ando de rosas
nas veredas do meu jardim...
                                  Alfonso  Albanez

quinta-feira, 6 de junho de 2013

*** O Coração ****

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                             

O coração guarda emoções
que os olhos não escutam
que a boca emudece
que os ouvidos calam
O coração perdoa
o que os olhos não vêm
escondem na boca a angustia
das palavras,
O coração perdoa
o que os ouvidos sentem
no sussurrar das palavras
O coração expressa
quando o "Amor" nasce
O coração se alegra
expande-se quando
os olhos sorriem
O coração vai à boca
quando a saudade aperta
O coração sangra
quando desaparece
a esperança
O coração da gente
é um misto de amor
e alegria, é vento que
canta e dia que nasce
O coração é um jardim
chamado amizade
plantamos sentimentos
que só ele conhece
O coração é um tempo
ou um templo complexo
de emoções constantes
diversas...
O coração lê o que vai
na alma do tempo
quem dera fosse possível
desvendar seus segredos
percorer seus caminhos
filtrar seus vasos
plantar sementes e deixar
sorrisos nas retinas
claras do amor
No tempo templo
de todo ser...      Darcy  Bilherbeck   08/08/08

quarta-feira, 22 de maio de 2013

*** Tua Ausencia ***

 
Já não sei como te falar do meu amor
Se te ausentas de mim
Na vastidão do dia que te consome
Como te falar de saudades se tua alma antes fagueira
Hoje se espraia nas areias do mar
Onde rabisco sem querer o teu nome
Com medo de te esquecer
Como te dizer da ausência
Dessa falta tamanha que me fazes
Como viver depois de tudo que vivemos
Que sonhamos...
Como te dizer quem hoje sou sem você
Um vento frio tomou conta das ruas
Tentando apagar os teus passos
Na ânsia de te esquecer
E nessa tentativa eu caminho por caminhos
Sem sentido
Sem alma, sem coração, perdida estagnada.
Sem o meu amor
A razão se perdeu...
Darcy Bilherbeck
11/05/13

sábado, 11 de maio de 2013

Retalhos


















Quem dera eu pudesse ser...
 Apenas um pequeno fraguimento de amor
Ou uma folha solta ao vento
Ou quem sabe apenas um breve pensamento
Que aos teus olhos se fizesse presente
E te tocasse o coração se fazendo lembrança
De tudo que foi...
Do nada que ficou
Do muito que te amei
Hoje recolho os retalhos
Que o vento espalha na minha saudade....

Darcy Bilherbeck

Guarulhos 10/05/13

Vestindo Sonhos


Como um oceano revolto
O pensamento resiste...
O sentimento se liberta
Parte...
Rompendo fronteiras
Limitadas da razão e da lógica
Aparente...
Parte em busca do que ficou
Em algum lugar do passado
Ainda presente
Que se choca entre o concreto hoje
E o abstrato suspenso nas entrelinhas
Guardadas da emoção.
Já sou duas e às vezes
Sou tantas... Outras
 Visto sonhos e me perco em você.
Hoje visto saudades e saio às ruas
A te procurar...
Acordo!
Na realidade amarga da razão
E nela descubro tua ausência tão patente...

São Paulo, 12 de março de 2011
                Darcy Bilherbeck.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Vem A Noite




   

Vem a noite silenciosa e extática
Vem envolver na noite manto branco
            o meu coração
Serenamente como uma brisa na tarde leve,
Tranquilamente com um gesto materno afagando,
com as estrelas luzindo nas tuas mãos.
e a lua máscara misteriosa sobre tua face.
Todos os sons soam de outra maneira
             quando tu vens.
Quando tu entras baixam todas as vozes
              Ninguém te vê entrar.
Ninguém sabe quando entraste,
Senão de repente, vendo que tudo se recolhe.
Que tudo perde as arestas e as cores,
E que no alto céu ainda claramente azul,
Já crescente nítido, ou círculo branco,
                ou mera luz nova que vem,
                 A lua começa a ser real.

De: Alvaro de Campos.
















sábado, 27 de abril de 2013

Se eu Pudesse( Arnalda Rabelo)





Se eu pudesse faria chover
flores na tua vida
Pelas manhãs eu choveria
Gérberas lilases
Nas tarde, eu choveria.
Hortênsias de cor anil
E nas noites, cobriria o teu.
Céu com flores de abril

Se eu pudesse,
Trocaria tuas
Lágrimas, teu pranto.
Por brisas de alegria,
Doçura e encanto
Se eu pudesse, clamaria ao.
Sol que nunca deixasse
De brilhar
Sobre a tua pupila, teus.
Lírios, teus campos.

Se eu pudesse, te ofertaria,
Sons de flauta ao luar
 Daria asas aos teus sonos mais doces
Enfeitaria tua estrada com estrelas douradas
E te presentearia com o infinito do mar.














sábado, 20 de abril de 2013

(Sônia Shmorantz)

O tempo se esfumaça
na janela que se espreita a vida.
O alaranjado entardecer traz nostalgia
Como se a vida também desaparecesse.
Como o sol ao final de cada dia.
Não se vive uma história sem amor
Não se faz um caminho sem coragem
Não se passa os dias em branco.
Há em cada dia uma chegada e uma partida.
Coisas que estão além do bem e do mal.
Cada dia dia tem sua dose de ironia e de amor.
Sua dose de rotina  e sua dose de humor.
Mas quando chega ao final morrem com ele, tudo  que se passou, morremos nós.
Ficam as lembranças do que marcou.
o resto fica num labirinto de imagens, engavetados na memoria sem uso.
cada dia amanhece e anoitece a mesma hora,
cada um com seu destino ou desatino.
entre um e outro há o tempo que não volta.
O tempo parece brincar entre acasos e ocasos,
dias compridos, coisas novas e coisas velhas.
Depois desarruma tudo e vai embora...

sábado, 13 de abril de 2013

O Amor (Fernando Pessoa)



















O amor quando se revela,
Não sabe se revelar.
Sabe bem olhar pra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente.
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer.
Ah, mas se ela adivinhasse,
se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse.
Para saber que a estão a amar!
Mas que sente muito, cala
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma
Nem fala,
Fica só, inteiramente
Mas se isto puder contar-lhe
O que não ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe a falar...

Postado por: Darcy Bilherbeck

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Ser Poeta(Vicente Ferreira da Silva)


Ser poeta
 é ser tudo e nada
           É ser narrador e explorador.
É passar para além da entrada
          É participar no mundo de dor e amor
Ser poeta
         É ser escultor do que se vê, se sente e não se finge
É ser eterno sonhador
        É ansiar alcançar a pureza da esfinge.
Ser poeta
É ser inventor.
É desejar que as palavras tenham vida.
          é por elas, ser criador
de esperança, na lembrança conseguida.
          É também ser.
          no todo que é nada
          e no nada que é todo.
          É ser poeta.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Leveza (Arnalda Rabelo)

 
A vida necessita de leveza...
Algumas vezes é necessário que sejamos
totalmente leves.
Leves como a pluma.
Porém, na maioria das vezes é imprescindível
que sejamos fortes
Fortes como a rocha
Visionários como a Águia
E termos passos de valentia.
Se assim não for, é bem provável
que sejamos engolidos
pela sutileza dos ares contrários
e pela força da ventania.

quarta-feira, 27 de março de 2013

No Fundo Da Garganta (Roseana Murray)

Na mata o silêncio cobre as folhas
         todas as palavras
que não foram ditas
         As que ficaram presas no fundo da garganta
         aqui habitam
metade terra-metade ar.
         As que mudaram
         o rumo de uma vida
           As que se perderam
as que  se desmancharam
as que nasceram.
 

sábado, 23 de março de 2013

Mone Uezu


Sou uma semente
transportada pelo vento suave
       Solto a minha alma a deriva
por momento de liberdade
      no mar da vida...
A procura de terra firme.
     Sou artesã dos sonhos
gosto de liberdade para viver
      e voar dando asas a imaginação
sugando para o papel um caminho
      que desejo percorrer.
   

Contando estrelas(Ana Jácomo)


Desejo que não tenhas tanta pressa que esqueças de colher estrelas com os olhos, nas noites em que o céu vira jardim,
        E levar para plantar no seu coração as mudas daquelas mais luzentes.
Que tenha sabedoria para encontrar
        Descanço e alimento nas coisas mais simples da vida.
Que cada manhã sua coragem acorde bem juntinho de você,
        Sorria pra você e o convide para viverem uma história toda nova,
apesar do cenário aparentemente costumeiro.
Que tenha saúde, no corpo, saúde na alma, saúde à beça para viver cada dia a plantar sonhos, colher estrelas em quanto viver..

terça-feira, 19 de março de 2013

Mãos que se encontram(Pricila L.Coelho)


Que o belo o encontro das mãos,
mãos que se unem movidas pela delicadeza
de sentimentos
que se encontram como amigos em 
um caminho
que se juntam, e gentilmente
mistura-se em suas emoções.
Que bela a dança das mãos
onde dedos se entrelaçam
mansamente na performance,
de eterno carinho no ritmo
cadenciado de dois corações.
Ah!A beleza de estar de mãos dadas,
num gesto singelo de querer bem.
Essas mãos que por minutos se 
aproximam no toque mágico do amor
São as mesmas que sozinhas ficam
Na solidão e na dor.
Mãos que se distanciam lentamente
Aceno solitário em despedida
São mãos que outrora tão contentes
mesclavam-se na essência da vida.
Há que se buscar urgentemente um antídoto
para esta agonia
Posto que a união é inerente
ao amor... que é a própria harmonia.

domingo, 17 de março de 2013

Esta impaciência que me divide(Cecília Meireles)




Esta impaciência que me divide
esta melancolia que entontece
este desejo pungente de estar um pouco em toda parte
esta incapacidade de aquietar-me
este sonho de ser depressa, antes da morte
de ser o que?
de concluir que destino longamente esperado,
entrevisto na bruma de dias vividos,
no sonho de noites calmamente extintas?
de ser estritamente o servidor até quando,
o mensageiro que entrega a mensagem no exato instante
o servidor que da conta de seu trabalho no prazo certo,
o que ouve o chamado e vai,
recebe as ordens e cumpre,
e dá todos os dias de seu tempo humano
para esse fim obscuro,
e está continuamente correndo por dentro de si
em varandas, passadiços, subterrâneos,
apenas entrevendo em deuses a estrela que ama,
o pássaro que o comove,
a extensão da terra iluminada, do mar imenso
por onde, entre suas tarefas, suspira, saudade
esperança, obediência, renuncia
em pensamento foge, em pensamento volta
subitamente enfermo da culpa de assim fugir de assim voltar.

Alegria é cântico das horas com que Deus te afaga
a passagem no mundo.
Em toda parte, desabrocham flores por sorrisos da natureza
e o vento penteia a cabeleira do campo com música de ninar.
A água da fonte é carinho liquefeito no coração da terra
e o próprio grão de areia, inundado de sol,
é mensagem de alegria a falar-te do chão.
Não permitas, assim, que a tua dificuldade se faça
tristeza entorpecente nos outros.
Ainda mesmo que tudo pareça conspirar contra a felicidade
que aspiras, ergue os olhos para a face risonha da vida
que te rodeia e alimenta a alegria por onde passes.
Abençoa e auxilia sempre, mesmo por entre lágrimas.
A rosa oferece perfume sobre a garra do espinho
e a alvorada aguarda, generosa, que a noite cesse
renovar-se, diariamente, em festa de amor e luz.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

A Coragem que me falta (Darcy Bilherbek)



                       *** A Coragem que me Falta***
Asas para voar
Além de mim, depois de nós dois.
Criar asas e voar...
Esquecer o que fomos buscar em outros lugares
Além da dor profunda, que causou a tua ausência em mim.
Soltar as amarras deste amor
Que hoje sei tão frágil
Pois se perdeu no tempo do teu querer
E eu que te amei além das fronteiras da razão
Não percebi o quando morreu em ti
Quando partiu dos meus braços
O vazio que se formou em mim sufocou tudo
As sombras tomaram conta do meu mundo
Até então feliz...
Quero asas para voar além de mim
Além deste amor
Tentar se possível reconstruir
Cada sorriso, cada olhar, cada abraço, cada passo.
Deixar além dos montes... A dor imensa que dilacera meu coração
E além das nuvens encontrar um lugar
Para recompor a mente desfragmentada
E ao meu coração se este ainda bater
Que eu consiga fazê-lo entender
Que está livre, liberto, sofrido sim.
Mas que pode curar suas feridas
aos pés do Senhor...
Além dos vales, dos montes além do mar.
Voar e quem sabe um dia ao retornar
venha vestida de outras roupagens e traga na alma
Apenas lembranças borradas de ti...

Guarulhos, 07/01/2013
Darcy Bilherbeck.