domingo, 15 de dezembro de 2019




    Olho a chuva que caí mansamente sobre os telhados ressequidos pela estiagem.
Meu olhar se perde no silêncio. . .a noite está calma e sombria ...ouço as batidas do meu coração inquieto e as lágrimas se soltam dos olhos cansados a escorrer pela face descorada de um tempo que ainda não se findou ; existem rios correndo dentro de mim, são tempos de remanso, tempos de tempestade . . .que num repente abrem brechas e correm velozes e já não consigo prever o que virá, me vejo arremessada contra meus sentimentos represados.
Contemplo atônita o caos se formando e já sem forças para lutar. . .
 Me deixo ficar, debruçada à janela cercada pela chuva e pela noite. . .
 Pela paz das lágrimas que lavam o meu rosto e se misturam no silêncio
 e nessa mistura cristalina de águas de rios escorrendo de mim
 e se espalhando pelos telhados vazios. . .
             


                            Darcy Bilherbeck   07/05/18.
                                                                             
                                                                         Guarulhos -SP.














             
    Andarilha

Andarilha do tempo sou . . .
 Buscando respostas em esferas
 perdidas ou delineadas nas lembranças ..
.Em atalhos esquecidos nos meandros da lucidez aparente;
Que marcaram meus passos trôpegos ao longo do caminhar. . .
reconheço rostos através da névoa ,
 que prolonga a vida e pede respostas nem sempre concretas. . .
 Onde o abstrato se perde nas areias do tempo,
 trocando roupagens apenas aparente,
 na luta de chegar mais próxima do meu verdadeiro 'EU",
onde me reconheço e me perco pro tempo de chegar . . .
 Quando sei que é preciso partir.Peregrina vou colhendo saudades,
 desfolhando poemas que falam de minh'alma sedenta de amor
. "Se entrares por esta porta" talvez encontres semelhanças do meu modo de sentir. . .
 Quando se encontra a razão e a vontade de ficar um pouco mais
 tendo a certeza de que aqui vim buscar a minha sanidade
 em um mundo louco e desumano, onde amei demais . . .
Além de mim mesma e encontrei a solidão a música a poesia e você. . .
 Encontrei meu caminho, minha luz e o ar que respiro,olho a noite. . .
Tenho as estrelas como lar.
Andarilha solitária sou na cadência do tempo que tudo concede
 e conduz minha alma em busca de um por de sol. . .
que me faça voltar ao tempo do ficar. . .
06/10/2010.

                      Darcy Bilherbeck

                                                          Guarulhos -SP.
                        

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019


*** A procura ***
Onde buscar a sabedoria das palavras
Quando o coração se recolhe em silencio
Com sentimentos já tão desgastados
Veste-se de ansiedade e se cala, Já não sou ontem
E o hoje se perde em lacunas frias
Já não busco sonhos apenas o ar... Preciso respirar
O som que teima em atravessar, as paredes
É presente, concreto... O resto de mim se espalham
Em imagens distorcidas, respingos esparsos
De um dia que passou


Darcy Bilherbeck


Guarulhos 07/09/19.





Quem eu sou eu não sei, às vezes calmaria


outras tempestades,

as vezes um dia de chuva com trovoadas ,




outras um dia lindo de sol, posso ser outono, quando troco as folhas,


posso ser primavera florescendo mais uma vez,


o que eu sei é que mudo conforme o tempo,


então hoje quem eu sou, sou inverno meia nublada,

com alguns trovões, amanhã talvez serei verão


isso depende da mudança que ocorrer,


quero ser jardim , sol, chuva , ou vento, estou em transformação sempre.




_____________Velane Pinho

                     

Tenho olhos cheios


de sonhos,

uma vida cheia

de esperanças,

o coração cheio
de amor.
Nos meus caminhos
sempre a coragem de seguir
em frente
com muita fé,
sempre pedindo a Deus
que não me deixe perder a confiança
e trazer sempre na lembrança
momentos que me mantiveram de pé.


_____________Irma Jardim
























   














Empresta-me as asas

Junte-as às minhas

Num sonho rarefeito

Onde as almas amam

E são felizes

Amam como quem ora
Oram como os que amam

Empresta-me os teus olhos
De raios luminosos
Milagres de sol
De quem vê flores
Nos lamaçais

Como quem chora mas acredita
Que cada lágrima
é uma conta preciosa
Rezada no bendito rosário da vida











































Cansada deixei devaneios tomarem conta do meu corpo

ao me deixar na areia branca lavada pelas águas claras do mar azul.. .

tornei -me sem perceber em grãos de areia e

lá fui me espalhando até esquecer que fluía em mim um fio de esperança em ser mar.

O tempo passou lento demais...

A noite chegou e a lua me achou envolta em ondas silenciosas...

atraída por sua luz me recompus silenciosamente e na minha reconstrução de pedra em pedra...

fui criando forças,soprando energia que nem sabia que tinha;

fui gostando da imagem refletida pelo luar

na imensa praia deserta criei nova estrutura aos olhos do Criador,

com humildade pedi fôlego de vida para me levantar e caminhar

como Deus é bom o tempo todo enviou o vento sacudindo a areia com força tenaz ...

de repente adentro o mar calmo que me refaz e saio a caminhar sob a luz da lua..
.em paz.


Darcy Bilherbeck

Guarulhos 04/11/19

.


       









































Sem perspectiva e cansada de esperar. . .

Parei de questionar

Me desfiz da aparência e estou ao largo.

Fora da armadura do corpo que cogita e questiona

tento me libertar das minhas emoções e busco a real necessidade

de estar em mim sem mim.

Minha presença neste momento é tão desnecessária como a água no mar ...


Darcy Bilherbeck.

Guarulhos 04/12/19.



                                    

domingo, 8 de dezembro de 2019

                                                                                 Contradição
Envolta em silencio, minha alma se aninha em meu peito carente de mim

Estive ausente... Por  muito tempo.

Deixei meus sonhos se diluírem por ruas vazias de ti
E assim, me perdi da razão.]

 Neste vazio me deparei com agonias estranhas
Me perdi... Tantas vezes e, tantas não me reconheci.

Caminhando por caminhos que só minha ilusão conhecia.
Estive em atalhos obscuros onde as lagrimas formaram rios
De larvas incandescentes,
 desaguando em memórias esparsas.
Continuei por caminhos onde só minha alma se reconhece

Quero na lucidez do dia... encontrar novos caminhos,
Quero me achar, tenho sede de mim,

 de abraçar meu corpo
Que ele seja apenas meu, mas como, se te encontro em todos
Os meus escombro,

 nas feridas ainda abertas por tua ausência
Ainda assim, nos raros momentos de calma e lucidez,

Me vejo nos teus braços e me perco outra vês...

      Ilha Bela, 12 de novembro de 2017.
                                  Bilherbeck Darcy.