quinta-feira, 28 de abril de 2011

**** Natureza ***


                           NATUREZA     

                        O homem como predador
         Acha a natureza linda e exuberante
                         Com suas diversidades
         Esquece de cuidar do que de graça lhe foi dado
                          Desmata
         Sem piedade corta, fere,sangra
                  Como se não bastasse, queima
          Galho, troncos, raízes retorcidas
                           Nada resta!
                      Tudo acabou?
                            Não...
          Ainda existem aqueles que se compadecem
                     E choram com tanta destruição,
                              Não só contemplam
                              Não só choram
          Recolhe, limpa, lava, lava, cuida
                              Das feridas
          Remove cinzas, carvão, cascas e detritos
                     Com paciência, cuidado e amor
                               Esculpe...
          Aos poucos lentamente vai descobrindo formas
                     Suaves e às vezes agrestes
                            
           O amor enobrece enfeita...
                     Traz de volta a beleza
           Esculpida pelo fogo, transformadas em obras
                               De Arte.
           Voltando outra vez ao homem o seu destruidor
                                Sem deixar esquecer de onde foi tirada.
           Retornando com sua beleza à natureza
                                 Agora em Obras de Arte.
                     Até quando? O homem
           Seguirá destruindo a natureza...


                                   Itáipuaçu, 08/10/2004.
                                                                    Darcy N. Bilherbeck


Grande nome nas esculturas, conhecida como a sucessora do escultor austríaco Krasjberg, o precursor da arte em raízes em arvores queimadas no Brasil, Darcy Bilherbeck alcança hoje a mais alta escala de qualidade na criação de esculturas com raízes. Lapida as peças e as trata com anti-fungicidas e anti-bactericidas e todos os recursos de preservação, envernizando-as e mantendo-as por anos sempre intactos e com a beleza irreverente das grandes e maravilhosas criações. As esculturas em raízes queimadas pelo fogo recebem, após o tratamento, incrustações de pedras semi-preciosas brasileiras, em geral com base em granito. A escultora, sempre inovando com as suas peças únicas, busca formas inusitadas nas próprias raízes. Seus trabalhos atravessam fronteiras e vão além dos continentes.
Sou apenas a garimpeira que tráz de volta à vida o que o homem através do fogo tentou destruir, quem dera eu pudesse transformar todas as raizes que vejo jogadas por aí em arte, para enfeitar e mostrar ao homem que tanto destroi a nossa natureza o mal que faz contra  ele mesmo. Que pouco se importa se está destruindo vidas ou derrubando e queimando àrvores ou matando gente,cada raiz é única mesmo sendo da mesma espécie você não vai encontrar outra igual.
Pense na natureza com carinho pois fazemos parte do todo.

Joelho de Cristal
Obra premiada com Medalha Bronze em Londres
em 2008. exposição realizada pelo Instituto Cultural Século e Arte, que tem como presidente a Srª Viviane Spena que muito tem feito pela arte Brasileira no Brasil e no Mundo, grande conhecedora da arte e também excelente artista plástica e retratista, detendo grande conhecimento das galerias de arte no Exterior.

domingo, 24 de abril de 2011

*** Anseios de Liberdade ***



Você chega...
Mansamente vai tomando espaço
Em minha vida
Assim! Como quem chega e já é há tanto
Esperado.
Sem querer, te estendo os braços
No mundo já tão cheio de embaraços
Que nos faz estranhas criaturas
Que conseguem superar o feio e o triste
Fazendo com que a beleza do amor primário
Que nos atrai... Esse que não se desgasta
Nas teias da falsidade aparente
Que tantas vezes nos afasta.
É quando chegamos... Eu pra você
E você pra mim tão diferente
Nos tocamos mudos, numa emoção clara como
Que entontece a nossa razão já tão corroída
Só então percebemos que a pureza ainda existe
Em nossos corpos.
Temerosos tentamos, fugir numa ânsia louca
De querer ficar... Sem medos , livres para a vida
Que nos sorri.
É então... Você me estende outra vez os braços
E já não quero mais fugir
Pois preciso dos braços para poder viver e sorrir.

                            São Paulo,23 de junho de 1987.
                                                Darcy Bilherbeck.


*** O Vento ***

O vento que varre as ruas
trazendo a chuva, fina e cortante
molhando meu corpo espalhando pelas vestes
tomando meu corpo lavando minh'alma
este mesmo vento  e esta chuva me levam de volta
ao passado...
que achei ter deixado ao largo do destino
quanta ilusão!
Açoitando meu rosto sem piedade.
me trazem de volta... Saudades adormecidas,
lembranças!!
retalhos perdidos num canto qualquer da memória.
Há! que peças  me pregam, me fazendo ver e sentir na pele que por mais que passe, as ruas serão as
mesmas.
O tempo ... Meu algoz segue seu curso.
O vento sempre espalhará as cinzas, revolvendo as lembranças, acordando as saudades
dos abraços guardados sob a pele.
Que o vento aflora quando passa ...Viverei tempos de inercia e de tempestades
me envolverei neles e buscarei saídas e retornos extremos, só assim, vivendo o tempo em cada tempo.
acharei o tempo das lembranças e ainda assim tecerei saudades, pois sempre haverá ventanias que me levarão de volta ao passado onde você está ...

                    São Paulo ,03 de Outubro de 2004
                           Darcy Bilherbeck

segunda-feira, 11 de abril de 2011

*** Labirintos***


                     Labirintos

Por você!    Rompi tantas cadeias
Me despi de tantos laços
Por você!
Me desfiz dos braços
Me converti à solidão
Onde agora me choco
Tentando esquecer
As vozes, os sons, o riso
Percorrendo labirintos sem retorno
Emudecendo os sentidos
Anulando cada vez mais a matéria
Retornando as origens
A fragmentação do ser humano
Se descompondo, se reduzindo
Ao nada do qual um dia nos formamos
Deixando de ser...
Corpo, pele, alma ou espírito
Matéria ou invólucro
Em fim...
Deixar de ser objeto pensante
Tornar-se nada e ao nada
Retornar...
Para poder outra vez
Viver...

                                 São Paulo, 05 de março de 1981

                                                 Darcy Bilherbeck.


A Beira do Caminho

                 Caminhos

Caminho... caminho e meus braços vazios
Abraçando, abraçando teu vulto,
Miragem fugidia que irradia luz
Na escuridão da estrada por onde sigo.
Buscando um rosto ou mesmo um sorriso
Chamo teu nome, que ironia!
Continuo sozinha...
Caminho... Caminhos,  braços abraços
Teu vulto miragem esvoaçante
Irradia luz, o caminho vazio
Espaço, tempo, teu rosto, teu riso é contra censo
Minha angustia desalento
Perdendo meus passos
Trêmulos laços que se esvoaçam ao vento
Passa teu rosto, fica teu riso
Nas ruas onde se perdem
Passos, abraços, caminhos
Quanto embaraço...
É apenas miragem
Um vulto que irradia luz
Um sonho!
Onde se perdem meus abraços
Confundindo meus passos...

                     São Paulo, 03 de maio de 1987.
                            Darcy Bilherbeck

Abismo

De mãos dadas com a incoerência, navegando por estranhos rodamoinhos de vento.
Dando voltas absurdas, fugindo da lucidez,
o olhar turvo, a mente em conflito, a dor tamanha.
O horizonte disforme conturba meus passos...
Confundindo com a poeira das ruas, espalhando nuvens
distorcendo imagens.
O poente incerto... Incalto algoz de implacáveis tormentos.
A fraquesa se alastra pelas vestes rastejantes, a dor mascara o presenten e  se propaga  incendeia os campos áridos que imergem
do cãos interior...
Reclamante do ontem na insegurança do amanhã.
Talvez a turva memória essa que te afaga,temerosa da conscienciafria
te esquece no limiar do abismo, onde corriqueira de fantasias esbanja um futuro sem presente,onde lágrimas de cetim se espalhaam pela face oculta da luz na escuridão do esquecimento.
Mantem viva a chama do irracional, onde a ternura desmedida traz a transparência da alma, de um ser
anônimo que tem por agasalho o frio manto da noite...
No despertar o orvalho confundido com suas lágrimas, secando em suas feridas...
mergulhando na solidão da alma em conflito.

                                                  São Paulo,07 de julho de 1992.
                                                          Darcy Bilherbeck.