sábado, 25 de setembro de 2010

Nos Teus Braços (Darcy Bilherbeck)

Volto no tempo... te procuro
revirando todo o passado
todas as lembranças...
Procuro teu rosto, preciso do teu riso.
Sinto que estou me perdendo no vazio
Só o teu olhar me acalma
Por favor! volte... não me deixe
preciso lutar e as armas caem em meio do caminho
sem você me sinto só .
Por favor ! me acolha nos teus braços
renove meus espaços com tua luz
Com o teu sorriso clareie o meu espirito aflito.
Se soubesses! o quanto de ti preciso
sei que voltarias no tempo ou no vento da noite sombria e me 
deixarias nos teus braços achar um novo dia.
Por favor volte! te preciso tanto
estou tão sozinha, me perdi no caminho
Volte! dá-me um novo rumo, um novo alento.
Neste mundo tão mesquinho e tão cheio de espinhos.
Tenho os pés feridos, minhas estão vazias...
Preciso da tua paz! sei que pra ti, não existe tempo, 
passado ou presente,  hoje ou ontem , aqui ou além do infinito.
 Tanto faz chegar ou partir, basta apenas sentir
Por favor! ...
Me ajude a achar outra ves o caminho da volta, 
o sentido da espera que tantas veses exaspera
Volte!
traga o teu riso que ilumina minha estrada e minha vida, 
ou abrevie o tempo do ficar...

Por:  Darcy Bilherbeck.
Guarulhos 09 /09/1989.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Brinquedo (Darcy Bilherbeck)



Às vezes penso que sou apenas
Um brinquedo de corda e
Você um garoto travesso
Que ganha um brinquedo novo
Cheio de botões
Enquanto é novidade e te atraí
Fazes dele seu amor secreto
Até conhecer todos os seus segredos
Um dia... Ele te aborrece e você
Maldoso e irritado, joga-o num canto
E dele se esquece.

Você cresce... Emudece.
Um dia sem querer tenta rever o passado
Volta aos velhos brinquedos
Tua atenção desperta para o brinquedo
Que um dia o fez feliz
Pois era novidade, distraído aperta outra vês
Os botões, e como num jogo, você sorri e diz
Sabe eu te quis!Você me fez feliz um dia
Mas como tudo é passado é melhor
Continuar aí como um brinquedo
Bem comportado.
Você só não percebe que até os brinquedos
Possuem alma própria...

São Paulo, 9 de abril de 1985


Darcy Bilherbeck.

Esperas (Darcy Bilherbeck)



Foram tantas vidas
Foram tantos sonhos
Que criamos que nos tornamos
Tempo....
Que formamos esperas silenciosas
Nos emudecemos
Deixamos tantos caminhos
Intactos...
Sufocamos o mais real
O amor!
A beleza pura
Daqueles que se dão simplesmente
Ao mundo do sentimento universo
Que hoje esta sendo desacreditado
Pelo simples fato de não querer
Ser amado...


Jundiaí,o2 de dezembro de 1984.


Por: Darcy Bilherbeck.

Apenas (Darcy Bilherbeck)



Você chegou! Tão de repente
Como quem chega do nada
Apenas... está aqui!
Sorrindo como se nada
Houvesse mudado
Como é tudo entre nós
Sem começo e sem final
Apenas chegamos...
Tão irrisoriamente como partimos
É tão simples ,no entanto tão complexo
Quando nos tocamos

Sem gestos sem palavras
Como um todo ou como um nada
Participantes de algo inacabado
Meramente espaçado em nós
Na transformação do tempo
A procura dos nossos passos
Em algum lugar do passado
A nos trazer de volta...
No futuro menos amargos...




São Paulo, 1º de novembro de 1987.


Por: Darcy Bilherbeck.

Avesso do Avesso (Darcy Bilherbeck)


Ainda trago viva na lembrança
A expressão do teu rosto
Somos dois pólos que se dividem
Ao romper do dia
Para outra vez se recompor
Ao anoitecer.
Somos duas chamas que se consomem
Em lugar nenhum
Somos duas gotas da mesma água
Que nunca se saciam
Partimos... Sempre do mesmo ponto e
Retornamos ao mesmo inferno ao
Qual nos condenamos.
Separados... Sofremos e nos crucificamos


Chegamos ao extremo de nós mesmos
Por nenhum motivo...
Por todas as causas
Por todas as vidas nos definhamos
Lentamente... Com os direitos
Por todos os ideais que um dia nos permitimos
E quase sem querer ou por estranha ironia
Choramos hoje a nossa própria covardia.


Jundiaí, 11 de setembro de 1982


Darcy Bilherbeck.