sábado, 27 de abril de 2013

Se eu Pudesse( Arnalda Rabelo)





Se eu pudesse faria chover
flores na tua vida
Pelas manhãs eu choveria
Gérberas lilases
Nas tarde, eu choveria.
Hortênsias de cor anil
E nas noites, cobriria o teu.
Céu com flores de abril

Se eu pudesse,
Trocaria tuas
Lágrimas, teu pranto.
Por brisas de alegria,
Doçura e encanto
Se eu pudesse, clamaria ao.
Sol que nunca deixasse
De brilhar
Sobre a tua pupila, teus.
Lírios, teus campos.

Se eu pudesse, te ofertaria,
Sons de flauta ao luar
 Daria asas aos teus sonos mais doces
Enfeitaria tua estrada com estrelas douradas
E te presentearia com o infinito do mar.














sábado, 20 de abril de 2013

(Sônia Shmorantz)

O tempo se esfumaça
na janela que se espreita a vida.
O alaranjado entardecer traz nostalgia
Como se a vida também desaparecesse.
Como o sol ao final de cada dia.
Não se vive uma história sem amor
Não se faz um caminho sem coragem
Não se passa os dias em branco.
Há em cada dia uma chegada e uma partida.
Coisas que estão além do bem e do mal.
Cada dia dia tem sua dose de ironia e de amor.
Sua dose de rotina  e sua dose de humor.
Mas quando chega ao final morrem com ele, tudo  que se passou, morremos nós.
Ficam as lembranças do que marcou.
o resto fica num labirinto de imagens, engavetados na memoria sem uso.
cada dia amanhece e anoitece a mesma hora,
cada um com seu destino ou desatino.
entre um e outro há o tempo que não volta.
O tempo parece brincar entre acasos e ocasos,
dias compridos, coisas novas e coisas velhas.
Depois desarruma tudo e vai embora...

sábado, 13 de abril de 2013

O Amor (Fernando Pessoa)



















O amor quando se revela,
Não sabe se revelar.
Sabe bem olhar pra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente.
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer.
Ah, mas se ela adivinhasse,
se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse.
Para saber que a estão a amar!
Mas que sente muito, cala
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma
Nem fala,
Fica só, inteiramente
Mas se isto puder contar-lhe
O que não ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe a falar...

Postado por: Darcy Bilherbeck

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Ser Poeta(Vicente Ferreira da Silva)


Ser poeta
 é ser tudo e nada
           É ser narrador e explorador.
É passar para além da entrada
          É participar no mundo de dor e amor
Ser poeta
         É ser escultor do que se vê, se sente e não se finge
É ser eterno sonhador
        É ansiar alcançar a pureza da esfinge.
Ser poeta
É ser inventor.
É desejar que as palavras tenham vida.
          é por elas, ser criador
de esperança, na lembrança conseguida.
          É também ser.
          no todo que é nada
          e no nada que é todo.
          É ser poeta.