sábado, 14 de maio de 2011

****Quando Abri os Olhos ***


De repente...
Descubro-te humano, sujeito a falhas
Isto atordoa a imagem criada
Amei-te de mil maneiras
De repente...
Descubro-te impotente sujeito a críticas pueris
E um tanto irresponsável
Isto dói...
Porque te amei, puro a beira da perfeição
Quis-te até os limites e além de todas as fronteiras
De repente...
Descubro-te pobre, dos preceitos mais simples
Que a tua imagem embaçou
Descubro em fim
Que amei uma imagem além e indistinta
Pois só sendo assim eu poderia te amar
De repente...
Descubro-te, como sempre quiseste
Que eu te visse...
Só não sabias que incorrias no risco
De não ser mais amado...

São Paulo, 19 de novembro de 1992

                   Darcy Bilherbeck

sexta-feira, 13 de maio de 2011

*** Alma Desnuda ***


Sair!
Entregar-me ao vento
Esquecer meu corpo nas curvas do caminho
Perder-me no tempo do lugar comum...
Encontrar o meu “Eu” despido do ontem e
Despontar no sol de algum lugar
Não esperar de outrem o que depende de mim
A força oculta que cala a dor e impele à luta...
Não importa a porta o caminho, o vazio, se busco luz
Achá-la -ei! Onde
Onde estiver a minha fé
Pois o meu Deus neste momento
Sou “Eu”...
Serei minha força, serei minha justiça
Farei dos meus  princípios
A minha “Lei”
Nela andarei 
e por todos os caminhos
Por onde eu andar plantarei a semente
Pelos campos da vida
Colherei os frutos da auto-estima
Se usar a sabedoria do dividir
Olharei...
Um dia o sol de um novo amanhecer
Farei parte do Universo
amando a terra o mar, o ar
Achando a luz,
encontrando a paz..

.São Paulo, 08 de janeiro de 1995

Darcy Bilherbeck.

domingo, 8 de maio de 2011

*** Entrelinhas ***

Quando você surgiu em minha  vida
extasiada em fantasias loucas                            
 fiz um mundo e criei você
Você sorriu! E eu acreditei
Que era para mim
Por ele escalei todos os obstáculos
Tola ilusão
Você deixou que eu te amasse
No teu mundo
Eu não perguntei, não quis saber
Se havia lugar para mim
Amei!
Como te amei!
De forma total e absurda
Você... Não disse nada
Eu segui
Cega e surda
Num amor louco
Num mundo desumano
Desfiz-me de todos os segredos
Hoje...
Depois do nada
Descubro
Que não fiz nenhum mundo
Foi o nada do mundo
Que me fez amar você...
                 São Paulo, 09 de setembro de 1985
                        Darcy Bilherbeck.