segunda-feira, 7 de março de 2011

Alma Cativa

 Minha alma é cativa, num invólucru de carne que perece com o tempo... desgastante dos infidáveis maú uso ou descuido através dos dias.Hoje sei o quanto me custa cada hora vivida.Hoje busco respostas que satisfaça minha sede de entendimento no que se refere o amor- próprio e ao semelhante, tenho sede, de luz que afugente a escuridão da ignorãncia que cerca a humanidade.Hoje sei o que não me satisfaz,estou cansada de ouvir e ver pessoas que não querem crescer.Hoje não mais julgo os outros, julgo a mim, pois o que não quero para mim, não posso querer para o meu semelhante, se tenho o meu espaço limitado e como sinto  o mundo e as pessoas aqui dentro destas quatro paredes de hospital, durante 93 dias, dona das minhas faculdades mentais, fisíca e psicológica, em fim um ser pensante em toda sua plenitude me fizeram ver, sentir,agir e reagir, posso dizer que sou hoje outra pessoa, meus valores são outros, bem mais amplos, mais conciente, e vejo as pessoas aqui fora, tão pobres de pensamento e sentimentos e valores, que fico chocada em ver o nível de egoismo e individualismo em que são transformados e arraigados no ódio, na falta de  amor e companherismo, compreensão nem se fala, perdão... já não faz parte do dia a dia da vida.Todos querem paz, mas ninguém está disponível para fazer a" Paz". É estranho, paresce que estou vivendo em outro tempo. Sou e me sinto como uma estranha no ninho.É tanta hipocrisia e falsidade que está sendo difícil conviver com as pessoas de mente pequena com seus pré-julgamentos, cada qual querendo ser o dono da razão, como se isso fosse ponto de honra.A humildade desapareceu dos seres comuns, a cordialidade deixou de ser um ponto positivo que unia as pessoas. Hoje elas fazem parte da minoria já tão escassa. O individualismo é crescente e me apavora, então, me fecho em mim mesma, meus sentidos já não suportam tanta falta de amor, tenho pavor da mediocridade das pessoas. Tenho sede de luz para alimentar mente e espirito, com coisas sadias mesmo tendo certeza que tudo está conturbado e a maioria das pessoas não desenvolveram a esperança e a fé, busco  refugio na leitura, para instruir  minh'alma aflita.Procuro em Deus o amor, a bondade, a compaixão  a misericordia, o perdão, a humildade para apreder a buscar a verdade esclarecedora que satisfaça a minha sede e preencha assim o meu dia com a sabedoria oculta das mentes pensantes, buscadores de preceitos válidos que venham somar e preencher o vazio que sinto quando estou do lado de fora de mim.Sei e tenho plena consciência de que sou muitas facetas, que tenho o direito de exteriorizar o que sou, sou multípla na minha dualidade, muitas das pessoas que comigo convivem não sabem o que sou na realidade e na maioria das veses ,me calo para não criar atrito, mas está cada vez mais difícil me manter calada, tenho buscado calma e ponderação, para quando eu abrir a minha boca eu saiba mais e melhor usar as palavras e lutar por elas, e também ter embasamento para expor meu ponto de vista. Sei que êsse dia vai chegar e vou deixar essa nova criatura tomar força e crescer para o bem dela e meu próprio.Estou cansada de ser passiva e cordata. Meus valores estão gritando por liberdade de expressão, rebeldia...  acho que não, é apenas o que sou na relaidade e na verdade conseguida através dos anos e das lutas travadas.Hoje saí do hospital deixando toda essa experiência calando fundo na minh'alma e na minha frágil vida, venci a doença que se estalou em mim por 2 longos anos não faltou coragem para conviver entre seres desvalidos e em fase terminal de suas vidas, muitos sairam de lá em caixões e outros tantos lá deixei em meio as suas maselas e oro a Deus que os proteja e sustente como a mim, pois hoje sei do Seu amor e misericordia, e se de lá saí, é que tenho algo ainda a cumprir, e que Ele na sua infinita misericordia me sustente e me dê coragem para prosseguir e que eu consiga dar o meu melhor, amando o meu proximo, como Ele me amou.

                                                São Paulo,14/12/2009.

                                                                Darcy Bilherbeck

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