domingo, 31 de maio de 2015

Testificando o Agir de Deus em Minha Vida

Um dia...
Vi meus sonhos ruírem, minhas ilusões...  Se tornarem nada
Meu mundo caíra,
 Desolada, confusa me senti só
  Fora da realidade
Quis deixar-me em algum lugar onde eu não me visse mais,
Havia me transformado.
Um rosto antes belo e sem marcas
Agora o tinha deformado
Não conseguia mais viver comigo,
A provação é por demais dolorosa
 Para o meu orgulho de mulher
Sufoquei a minha dor
  Isolei-me do mundo e de mim
Um dia... Fui parar num lugar estranho e deserto
Assim como eu, estranha e deserta,
 Longe de tudo o que eu conhecia
Lugar estranho e de gente esquisita
Durante a semana era deserta, feia,
 Apenas o mar me atraia e me deixava ficar
Longe dos olhares curiosos, nesse tempo
Eu vagava entre a escuridão do meu mundo
Sombrio.
Na solidão de andarilha do tempo
Eu me consumia em andar por ruas desertas
Buscando respostas no vazio absurdo que eu criara
Vi tanta devastação, tanta destruição da natureza
Que fui sendo tocada a olhar com mais atenção ao meu redor
O cenário era desanimador, montes e montes de árvores derrubadas
Empilhadas e sendo queimadas em grandes fogueiras. Com a alma
Condoída voltei pra casa, peguei uma câmera e voltei ao cenário desolador
Comecei aí a documentar tudo aquilo. Chorei muito por vários dias e não conseguia me conformar, era como se fosse eu a ser invadida, quebrada, queimada e abandonada
Um dia resolvi pegar um carrinho de pedreiro, coloquei um chapéu, calcei uma bota, um facão saí, sem ter noção do que iria fazer, voltei ao local das queimadas e fiquei a olhar e de repente me vi pegando uma raiz queimada, melhor dizendo carbonizada, coloquei no carrinho e voltei pra casa, depositei no quintal,depois disso, todos os dias eu voltava ao local, mexia e remexia  naqueles montes de raízes retorcidas e aquela que me atraia, eu pegava e levava pra casa. Teve gente que dizia que eu tinha enlouquecido, mas no meu mundo isso não importava
Eu pouco enxergava o mundo e as pessoas a minha volta. Comecei a me preocupar com a situação daquelas arvores sendo consumidas pelo fogo.
Mal sabia que o” escultor” Fogo estava a trabalhar à sua maneira e o Senhor do Universo também “Eles só esperavam que alguém tomasse sentido do que ocorria ali. e eu fui a escolhida, talvez porque estivesse em igual situação, embora eu sempre soubesse que quando Deus quer agir, Ele levanta do pó a criatura que Ele escolhe e dá a direção colocando em seu coração o que Ele quer, se quer nos moldar tem o poder de nos quebrar em cacos, para colocar cada um no seu lugar, Ele é poderoso para fazer isso. Eu não tinha consciência disso
Apenas fazia o que eu achava que tinha de ser feito, louca ou lúcida eu continuava, eu estava só, ou eu pensava que estava,quando já tinha um belo monte de entulho e era isso que parecia, no meu quintal, achei que era ora de parar de sair e me aventurar por lugares perigosos e cheios de cobras e lagartos.
Levantava com o sol e saia a caminhar na praia deserta, muitas vezes me lançava ao mar na ânsia de afogar os pensamentos sombrios e sem dar por mim, estava deitada na areia a ouvir o barulho das ondas, foi um tempo indefinido esse que passei até começar a perceber as pedras que as ondas traziam e depositava nas areias comecei uma nova etapa, catar pedras de todos os tamanhos e cores, conchas de todos os tipos e formas, mal sabias para que elas serviriam
Voltava pra casa nessas alturas de tempo, negra pelo sol, minha vida se dividia a sair quando o sol nascia e voltava 5 horas depois, tomava um banho tomava café, arrumava a casa, cuidava das plantas que eu plantei no terreno, eram amoras, acerolas, maracujá, coco, laranja em cacho, uva, que ganhei três galhinhos que me mandaram plantar, escolhi um lugar e plantei depois de cinco dias na água, no primeiro ano com menos de50 cm me agraciou com três cachinhos de uva, fiquei tão feliz, vendo o seu crescimento que no ano seguinte coloquei quatro estacas e fiz uma rede como de pescador, pra ela subir, nesse ano ela me presenteou com 84 cachos de uva e a rede já não a suportava mais, então comprei madeira, cimento, pedra, areia, enxada, serrote, pregos e coragem, perdi o medo da furadeira e cavei buracos, misturei massa fiz concreto e ergui um pergolado onde ela pudesse se desenvolver, e nesse ano ela me ofertou com 184 cachos de lindas uvas rosadas doce como mel, foi um premio pra mim,pois que cuidava dela com todo amor e carinho, que concebera pelas plantas, enquanto isso as outras plantas se desenvolviam e davam seus frutos, plantei muitas plantas, num lugar árido onde era só areia, eu criei um lugar florido e frutífero e como se tudo isso não bastasse construi um lago com uma fonte de pedras grandes que nem eu sei como conseguia colocar dentro do carrinho, eram amarelas, brancas e pretas e jorrava delas água cristalinas que subiam e desciam por sobre as pedras e ficava no meio de duas palmeiras, rodeadas de flores de todas as cores e tamanhos e nesse mundo aparte eu trabalhava e olhava aquele amontoado de raízes, troncos e galhos. um dia pensei como vou fazer alguma coisa sem ferramenta própria
Fui a cidade do Rio de Janeiro e procurei uma loja de ferramentas, comprei um jogo de formões para artesanato e mais formões grandes. Voltei pra casa decidida a iniciar uma obra que não sabia no que ia dar, peguei um enorme galho queimado e retorcido e comecei a limpar. só então comecei a perceber o que realmente eu tinha pela frente, mas como eu não tinha nada a perder e tinha todo o tempo do mundo,fui separando tudo num longo corredor,se alguém chegasse e visse tudo aquilo, com certeza diria, realmente ficou louca, minha sorte é que meus filhos iam me ver, uma vez a cada três meses, pois estavam morando em São Paulo, então loucura ou não,comecei meu trabalho.Depois de separados, comecei a limpeza tirando folhas mortas, todo tipo de sujeira, até filhote de cobra tinha  nos emaranhados de detritos que envolviam cada um e nesse trabalho descobri  que havia uma possibilidade de haver vida.
  Escavei cinzas, tirei sujeira, lavei feridas,
 Chorei dores que não eram minhas
E por misericórdia de Deus, esqueci de mim,
 Da deformidade, da dor, da solidão a qual me submetera
 Surpresa descobri a beleza sob o fogo das queimadas.
Quando parei de olhar para mim e levantei a cabeça e
 Passei a cuidar de outras feridas que não as minhas
Aprendi a aceitar, meu rosto,
 O espelho deixou de ser o meu algos
Pois não era apenas o meu rosto que trazia cicatrizes
O fogo também faz cicatrizes profundas nas raízes das árvores
 Queimadas ,arrancadas do solo ao serem jogadas
Para serem queimadas.
Quem se importou s e elas eram importantes ou não.
Descobri quanta beleza embaixo do carvão, da sujeira,
 Algo difícil de descrever,
 Mas isso só foi possível quando resolvi tomar atitude de ver,
Alem de mim,
 Foi o jeito que Deus usou para mover as águas
Da minha vida.
HOJE SEI QUE A TORMENTA,
Foi necessária e que deveria olhar para frente
E descobrir nas raízes desprezadas , jogadas, amontoadas
 Sem valor,que eu poderia mudar isso e foi assim que
Ajuntando, raízes, troncos, galhos queimados.
Comecei o trabalho de restauração de tudo aquilo
Que estava agora sob meus cuidados
Limpar, lavar, raspar e tirar toda sujeira acumulada
Pelo tempo.
Indo mais fundo, raspar todo o carvão até chegar a carne
Depois de tirar toda a impureza,consegui ver o que o fogo
Havia esculpido, encontrei formas inusitadas,
Naquele tempo não parei pra pensar nas lições que estava tendo
E muito menos que era Deus agindo em mim.
Eu nunca havia estudado escultura e nem sabia o que fazer
 Ou em que aquilo ia se transformar, eu simplesmente agia por
Instinto ou intuição, esse trabalho me tirou do marasmo, da inércia
Trabalhava de oito a dez horas no dia , não me cansava e muito menos
Desanimava quando depois de dias a fio, não achava nada sob o carvão
Eu continuava, sem pensar em mim ou no tempo que se alongava
Afinal era eu, Deus e o tempo da reconstrução de minha alma de meus valores
E minha aceitação da nova criatura.
Eu e as raízes, quando consegui a minha primeira escultura,” DEUS COMO SEMPRE”
Inspirou-me a criar um adstringente bactericida que pudesse proteger
As obras, contra fungos e pragas e fiz usando vários produtos, depois deixando essas
Obras imersas por até 15 dias na solução, passado esse tempo, tirava e deixava a tomar
Sol, para então aplicar acabamento, sob a direção de Deus acabei incrustando pedras
Muitas delas colhidas do mar, pedras essas que se espalhavam pela praia
Imensa que eu tinha ao meu dispor era só colher e usar, em outra eu aplicava cristais
A minha Primeira Obra dei o nome de “JOELHO DE CRISTAL” que grande sabedoria de Deus
Através disso tudo, ainda continuei a trabalhar e quando dei por mim tinha pronta mais de 20 Obras na minha sala, hoje sou grata ao meu Deus por ter tido misericórdia de mim e não desistir de mim, quando eu já havia desistido, continuei com tratamentos e cirurgias a cada ano que se seguiram , mas não desisti do meu trabalho de esculpir e trazer de volta à vida
Formas perdidas e achadas por minhas mãos e tenho tentado mostrar aos seres humanos
O dano feito a natureza, em sua forma cruel , desnecessária e gananciosa, pois por incrível que pareça ainda tenho dificuldade em conseguir liberação de troncos e raízes para meu trabalho.
Eles preferem transformar em adubo, a fornecer as raízes para mim.
Mesmo assim tenho Obras no” Acervo de obras de Arte do Consulado Brasileiro na Itália”
Com a Obra “Envolto em Chamas”
Fiz exposições em vários Países da Europa e varias Premiações,por exemplo
“JOELHO DE CRISTAL” Com Medalha “Bronze” em Londres.
E assim tenho conservado meu amor a arte e ao meu Deus que tudo me deu
E que continua agindo em minha vida, hoje tenho pequena seqüela na boca,nada que me impede de me mostrar ao mundo, não tenho meu rosto perfeito mas minha alma esta refeita
E plena de agradecimento ao Meu Deus em quem confio, pois que Ele me socorreu, no momento mais difícil de minha vida, quando a morte se apresentou e todos os meus valores foram destruídos, Ele se mostrou e se fez presente de uma forma generosa e misericordiosa
Pois eu nada tinha a oferecer além da dor, da mutilação, das feridas abertas, da decepção, da vergonha e da pobreza de espírito.
Ele me fez ver além, vi a podridão das raízes, das árvores caídas e socorrendo-as Deus me limpava e cuidava das minhas feridas, as cicatrizes continuam em meu corpo em meu rosto como uma forma de não me esquecer de onde Ele me tirou devolveu –me a vida a dignidade e o amor. As pessoas que um dia me rotularam como louca um dia viram minhas obras que enchiam a minha sala, não acreditavam que eu pudesse transformar um monte de lixo em arte.O tempo passou não sem as cirurgias de cada ano, era um novo desafio a cada cirurgia,pois a doença progredia em mim de uma forma dura,com enfecçoes severas com seqüelas horríveis cada vez que era hospitalizada ora pra fazer enxertos , outra pra colocação de mais Pinos de Titânio pois não havia mais osso, cirurgias longas de 12 a 14 horas,só Deus
Sabia o que ia na minha alma.Mas Ele já tinha colocado um anjo pra cuidar de mim, o meu medico, Dr Nelson Colombine nunca em momento algum desistiu de mim, mesmo quando eu desisti ele dizia vamos tentar mais uma vez,e mais uma e mais uma em 2009 coloquei um implante Condilar para poder me alimentar e falar, sai do hospital sem saber que estava com infecção hospitalar, quase morri, Dr Nelson me salvou mais uma vez, meu filho foi incansável ao cuidar de mim pessoalmente,nunca disse não posso, minha filha nunca disse não tenho dinheiro, vá e faça, mas eu tinha alem da infecção hospitalar contrai uma bactéria por nome de Estafilococos Áureo que se instalou no meu rosto na região da orelha o que fez com que eu ficasse 10 meses com um corte de 10 cm aberto com secreções horríveis, fui pra mais uma cirurgia de 12 horas, depois de 15 dias, sem resultados positivos.depois de seis meses fazendo uma sessão de 3 horas em uma câmara hiperbárica sem resultado, fui parar em unidade de infectologia com previsão de ficar internada de quatro a seis meses para tratamento, pois a Bactéria havia se tornado resistente a todo tipo de antibióticos, só restaram dois e esse só era aplicado em hospital, resultado eu entrei literalmente num manicômio, com doentes terminais de todo tipo, ali eu conheci a degeneração humana na sua essência , tanto de médicos, como de enfermeiros, sem compaixão ou piedade,ali eu pude ver tudo de pior que se pode esperar
Quando não se tem Deus.Eu não dormi por 72 dias em que fiquei ali, era um zumbi, que podia se mover, que podia ler que tinha acesso a um notebook e que tinha uma janela para o mundo no 15º andar do hospital, onde eu podia ver a vida do outro lado.
Nesse lugar tive minha alma resgatada pelo poder da palavra de Deus e pela força de vontade do meu filho que ia a Igreja e pedia oração, levava água consagrada para lavar meu rosto. Eu já não tinha mais braço para colocar cateter para injeção, enquanto lá fiquei não vi alta medica de ninguém, apenas mortes a cada dia. Contrariando todos os diagnósticos sai de lá, lavada e curada pela mão poderosa de meu Jesus, transformada e consciente de tudo o que ele me mostrou nestes 15 anos de lutas e perdas e hoje ganhos,fazem seis anos que estou livre
 Da doença que corroía os meus ossos da face, hoje eu sirvo um Deus vivo e poderoso que é tudo na minha vida. Hoje não tenho medo de nada, não tomo nenhum medicamento, sou uma pessoa sadia e com força suficiente para trabalhar e buscar um futuro melhor.
O meu Deus me abençoou com uma Casa de Bolos Caseiros, um projeto a muito sonhado por mim, trabalho de cedo a noite sem me cansar. O que passou ficou no passado, ficou o aprendizado de muitas lutas e batalhas e a certeza de que Deus é minha rocha e meu escudo Nele sou uma vencedora para a glória de Deus.
Esse é o testemunho do que vivi
 Deus age em nossas vidas se nos achegarmos a Ele
E a Ele nos entregarmos de todo coração e o amarmos
Com todas as forças do nosso pensamento, Ele é poderoso
Para mudar a sua vida como mudou a minha,
Entrega os teus caminhos ao Senhor, confia Nele e o mais Ele
Fará na sua vida.
Guarulhos, 31 de maio de 2015.

               Darcy Bilherbeck.

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