Quando a tua lembrança bate á porta
E como a tempestade rompendo
As comportas... Como águas represadas
Que se transformam em lágrimas
Caudalosas como um vendaval
Jogando-me contra o meu passado
De luz, de sol, de riso e amor real
Sublime como claridade das manhãs...
Hoje... não os tenho presente.
Apenas nevoa, vivo apenas
Sem alegrias reais
Ficou o turbilhão de dias sem cor e sem sons,
Vivo a vida de cada dia
Como o autonomato cumpre o papel
De viver
Saio pela chuva descalça faminta
Na ânsia de ter a alma lavada
E o coração acalentado...
Já não sinto a solidão, ela adormeceu
Outra vez...
Só a chuva forte e os trovões são reais
A certeza de que sou feita de saudades
Então olho para o alto e suplico o socorro que vem do alto
Pois só sendo assim
Consigo prosseguir nesta jornada
De dias sombrios
Onde minha alma sedenta
De paz e de luz espera...
Darcy Bilherbeck
SP, 22/01/14
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