segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Um dia, em qualquer tempo...
















Se o tempo fosse o vento
Ou se o vento fosse o mar
Os meus olhos encontrariam os teus
Na encruzilhada das marés
Se as madrugadas fossem o renascer
E o renascer fosse a vida
As tuas mãos seriam o meu aconchego
Ao raiar do dia
E se a dor fosse a cura
E a cura a paixão
O teu corpo seria o meu templo
Nas escarpas do desassossego
Ou se as palavras fossem mansas
E a mansidão fosse a voz
O teu sorriso seria a minha luz
Nas trevas da noite
Mas o tempo não é o vento
As madrugadas não são o renascer
A dor não é a cura
E as palavras não são mansas
Um dia, em qualquer tempo,
Mesmo que já sem tempo
Entenderás que a brisa morna me aquieta
Um dia, em qualquer tempo
Mesmo que já sem tempo…

Cecília Vilas Boas


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